quarta-feira, 7 de novembro de 2012

Linha Cruzada

Alô! Nonato?
- Sim! Aconteceu alguma coisa/
- Pô meu, cê num sabe, véio!
- Desembucha logo!
- Então, tem um cara morto em minha porta!
- Como assim?
- Pois é! Estava jantando quando ouvi a campainha, saí para ver quem era, deparei com um corpo estirado. Que eu faço agora?
- Marcelo, fica calmo. Tem alguém com você aí?
- Não! Tô sozinho!
- Ok! Ok!
- Faz o seguinte, interfona para o síndico. Conta o caso e pedi para ele subir até seu apartamento e juntos vocês vão pensando o que fazer, e em pouco tempo estou chegando para orientá-los.
- Há tá...
- Alô!
- Alô!
- Bartolomeu?
- Sim, é ele, que fala?
- Sou eu Marcelo, do 121, preciso de sua ajuda!
- Urgente!
- Você pode vir aqui, agora?
- Sim, claro, mas que aconteceu?
- Não, é melhor você vir, chegando aqui você toma conhecimento do fato.
- Ok! Até já.
   Eu sei e o, caro leitor deve saber também que quando se trata de problemas dos outros o tempo nunca é o mesmo. O que precisa de ajuda tem uma dimensão e o que vai ajudar tem outra, certamente, muito mais alheia à brevidade do acontecido. De modo que embora Nonato e Bartolomeu tenham tomado conhecimento do episódio em momentos diferentes, os dois chegara juntos ao apartamento do Marcelo.
- Graças a Deus. Desabafou!
- Vamos chamar a polícia- exclamou Nonato, em tom de quem conhece do assunto.
- Po-lí-cia? Indagou Marcelo.
- Sim. Polícia, sim senhor. Ratificou o síndico.
- Há meu Deus... Resmungou Marcelo, com ar de preocupação.
- Vou perder o horário da minha aula.


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